segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Entrevista da Beira TV a aluno da ESE de Portalegre

Na unidade curricular de Comunicação Social Local e Regional, numa das disciplinas da licenciatura em Jornalismo e Comunicação da Escola Superior de Educação de Portalegre, foi proposto aos estudantes que analisassem uma web tv. Natural da Covilhã, Leandro Pina decidiu escolher a Beira TV. Aqui fica a transcrição das respostas ao questionário que o jovem remeteu por e-mail:

LEANDRO PINA: Que motivo levou à criação de uma web tv?
BEIRA TV: A Beira TV, primeira televisão regional de facto da Beira Interior (existia apenas a TUBI – Televisão Interna da Universidade da Beira Interior, em circuito fechado), arrancou a 11 de Janeiro de 2007. A ideia de um canal de proximidade nasceu em 2003 com o interesse em divulgar os trabalhos dos alunos do curso de Artes da Imagem da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART). Com a criação da ZIP TV - Zona Interactiva Politécnica, a proposta seria alargada a todas as escolas do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). As emissões regulares do canal interno iniciaram-se em Maio de 2005 e mantiveram-se durante um ano, consistindo num alinhamento de conteúdos informativos e artísticos produzidos na ESART e exibidos em algumas das unidades orgânicas do IPCB. Percebida a importância de alargar o projecto à comunidade e a outras temáticas, com a Beira TV enveredou-se por um modelo de especificidade regional, fazendo uso de uma nova plataforma técnica.

Porquê a escolha de uma web tv ao invés dos media tradicionais?
Antecedendo em alguns meses o boom das web tv’s, e com o sector audiovisual então a encaminhar-se para o multiplataforma e para a hipersegmentação, a Beira TV foi um dos primeiros projectos em Portugal a recorrer à Internet como suporte exclusivo de emissão. Dada a necesidade de realçar a instantaneidade e a proximidade do canal em relação à população, este seria o meio privilegiado de permitir o acesso em qualquer altura e lugar a conteúdos de vídeo sobre a região, então escassos, disponibilizando-os de forma gratuita numa plataforma em que estes podem ser actualizados de forma simples e rápida.

Quais os principais objectivos da Beira TV no panorama regional?
Ao disponibilizar conteúdos multimédia relacionados sobretudo com o património edificado, natural e cultural dos distritos de Castelo Branco e Guarda e dos seus concelhos limítrofes, a Beira TV pretendia dar a conhecer e reforçar a identidade da região através de um suporte emergente. Para incrementar a limitada produção própria assegurada com alguns dos recursos técnicos e humanos da ESART, orientados para o ensino e aprendizagem, e portanto subdimensionados tendo em conta os objectivos iniciais do canal, seria necessário estabelecer parcerias com vista à produção conjunta ou partilha de meios com entidades preferencialmente ligadas ao audiovisual, o que acabou por revelar-se difícil. O afastamento gradual dos responsáveis pela gestão da Beira TV e a indefinição quanto às prioridades do projecto, a incapacidade em melhorar a sua operacionalidade, garantir a autonomia e gerar dinâmicas próprias acabaria por causar flutuações no funcionamento e perfil editorial do canal e, consequentemente, nas expectativas criadas junto do público.

Que impacto tem a Beira TV na região onde se insere?
Nos primeiros dois anos, ainda que pouco promovido, o projecto despertou alguma atenção ao se apresentar num novo suporte e com uma abordagem diferenciada dos correspondentes dos canais generalistas, procurando, de facto, assumir uma abrangência regional. Contudo, sem perspectivas de crescimento e eventual autonomização, a Beira TV, há muito em gestão corrente, manteve-se confinada ao universo do IPCB. Volvida quase meia década desde o seu lançamento, multiplicou-se a oferta multimédia na Internet, quer com a aposta de algumas publicações locais no vídeo, como o jornal Reconquista (2008), quer com o surgimento da delegação distrital da Localvisão TV (2009) e da Castelo Branco TV (2011). Sem a componente publicitária, receitas próprias e com um mercado audiovisual aparentemente incapaz de garantir a sustentabilidade destes projectos, resta ao canal o estabelecimento de parcerias e protocolos de cooperação com os restantes media locais e regionais ou demais entidades que trabalhem na área do multimédia, em particular instituições de ensino e empresas produtoras ou detentoras de conteúdos e meios audiovisuais.

Que tipo de conteúdos são difundidos?
Essencialmente informativos, mas também mais ligados ao entretenimento. Os conteúdos informativos estão organizados por áreas temáticas como gente (entrevista), economia (incluindo a tecnologia e a ciência), educação (universidade, politécnico e ensino em geral) e lazer (turismo, natureza e desporto). Para além das rúbricas adicionais, com pouca actualização devido aos motivos já enunciados, inicialmente foi criado um espaço dedicado às produções audiovisuais e produtos multimédia desenvolvidos pela ESART e aos trabalhos feitos pelos alunos no âmbito de disciplinas do curso de Artes da Imagem - ramo de Design Multimédia e Audiovisual. Pela mesma razão, a emissão contínua em playlist acabaria por ser abandonada. Actualmente, no sítio da Beira TV são disponibilizados mais de duas centenas de vídeos, ultrapassando as vinte horas. Grande parte deles estão também disponíveis no YouTube e no Facebook, onde se encontra muito material fotográfico adicional. Junta-se um arquivo de imagens com meio milhar de cassetes com cerca de 600 horas de gravações, e várias dezenas de DVD’s com curtas-metragens e documentários produzidos pela escola.

Relativamente ao profissionais que integram o órgão de comunicação social, qual a formação que possuem?
Para além de um jornalista a tempo inteiro, a concluir o mestrado em Ciências da Comunicação, de início previa-se a afectação a tempo parcial de dois técnicos superiores da ESART, destinados a cumprir as funções de repórter de imagem e editor. Pontualmente, a Beira TV conta apenas com a colaboração voluntária de alunos, num contexto extra-curricular, embora alguns já o tenham feito no âmbito de disciplinas ou projectos finais de curso. Mais irregular é a intervenção de docentes ou funcionários da instituição, bem como de estudantes de escolas profissionais da região, que no canal têm vindo a realizar estágios curriculares.

Têm jornalistas especializados para cada género de conteúdos?
Dado o projecto ter apenas um profissional dedicado a tempo inteiro, é o mesmo jornalista multimédia que assegura toda a produção e distribuição de conteúdos.

Qual o público-alvo que pretendem atingir? De que forma?
O público-alvo continuam a ser os residentes na Beira Interior e todos aqueles com ligações afectivas à região ou interessados no que nela se passa. Mais do que o próprio sítio da Beira TV, ferramentas como os blogues, as redes sociais ou os agregadores de vídeos permitiram transformar as dificuldades em formas privilegiadas de relacionamento com a comunidade, potenciando os conteúdos do canal em plataformas distintas e gerando alguma interactividade com os internautas.

Conseguem ter o retorno do investimento que fizeram, isto é, a web tv dá lucro?
Ainda que o modelo inicial contemplasse o recurso a receitas publicitárias, a falta de um responsável pela área ditou que o projecto assumisse um perfil não comercial, pelo que até hoje acabou por não haver qualquer tipo de retorno financeiro. No entanto, dado haver partilha de recursos, o investimento inicial na Beira TV limitou-se quase que em exclusivo à compra de um servidor próprio. A publicidade divulgada no portal seria a principal base de sustentação, com a inserção de banners e clips de vídeo. Prevista estava também a venda de conteúdos, com a comercialização em DVD de edições próprias, e a prestação de serviços, nomeadamente através da produção de documentários e filmes institucionais, à semelhança do que já se fazia na ESART.

Têm algum apoio financeiro para o vosso órgão de comunicação social? Se sim, qual?
Não. Todos os custos de funcionamento e manutenção são suportados pela ESART e, indirectamente, pelo IPCB, entidade proprietária do canal.

Que recursos humanos e técnicos possuem?
O projecto utiliza maioritariamente os meios técnicos existentes no Centro de Recursos Audiovisuais e Tecnológicos da ESART, entre câmaras digitais, leitores de vídeo e ilhas de edição, utilizados em simultâneo pelos alunos.

Qual a área ocupada pela web tv (em termos de espaço físico)?
A Beira TV funciona num pequeno gabinete do bloco E da ESART, utilizando sempre que necessário recursos técnicos da instituição como os estúdios de áudio e de vídeo, entre outros espaços.

Quais são as principais características a destacar do site da web tv?
Pela sua simplicidade, o sítio da Beira TV visa mostrar que esta é uma televisão diferente, não só na forma, mas também nos conteúdos. Recorrendo a um formato gráfico jovem e a uma linguagem arejada, pretende-se dar destaque aos valores básicos da identidade da região, tais como a Natureza, as tradições seculares, o entorno rural, as gentes acolhedoras e a modernidade. Objectivo comum tem também a marca gráfica, desenvolvida com objectos que representam a ligação à Beira Interior. Decorridos cinco anos, para além da necessária actualização do visual falta, no entanto, melhorar a navegabilidade do sítio, acrescentar novos serviços e reforçar a interligação com as redes sociais.

Qual é a regularidade das emissões (há conteúdos gravados, e reproduzidos repetidamente ou várias actualizações e directos, por exemplo)?
Assim que produzidos, as peças, reportagens, compactos, curtas-metragens, filmes ou documentários são disponibilizados permanentemente em cada uma das rúbricas temáticas. Desactivada a playlist onde alguns destes conteúdos eram reproduzidos, junto com material promocional relativo ao canal, a janela de entrada do sítio da Beira TV é agora ocupada com o streaming de áudio e vídeo relativo à tansmissão de eventos especiais, como os três festivais de tunas de Castelo Branco em que a Beira TV é media partner. Mais esporádicas e a funcionar desde 2008, as emissões em directo permitem testar novas abordagens e produzir conteúdos complementares, divulgando iniciativas de interesse público como colóquios, conferências ou espectáculos, bem como outras que requeiram um acompanhamento diferenciado.

Em termos de feedback do público para uma participação e interacção mais facilitada que meios possuem?
A divulgação do projecto tem assentado sobretudo nas próprias peças e reportagens, divulgadas simultaneamente nas redes sociais (Twitter e Facebook), blogues e portais de partilha de vídeo (YouTube), o que tem permitido aumentar a visibilidade do canal ainda que os meios para o fazer sejam muito limitados.

Têm algum manual ou livro de estilo pelo qual se regem?
Não existe nenhum livro de estilo, embora inicialmente se tenha previsto a criação de um conjunto de normas destinadas as melhorar os fluxos de trabalho.

Para além da web tv, estão inseridos em mais algum meio de comunicação (ex: rádio; imprensa) pertencente ao mesmo grupo?
Dado o enquadramento do projecto, este não está agregado a nenhum outro meio de comunicação local ou regional, embora se tenham procurado estabelecer parcerias continuadas com alguns deles, como aconteceu com a delegação de Castelo Branco da Localvisão TV, ou como se está a tentar fazer, por exemplo, com o departamento audiovisual da Universidade da Extremadura, em Espanha.

Relativamente à publicidade têm conseguido atrair empresas, grupos ou sectores para patrocinar a Beira TV?
Conforme já foi referido, tal não tem sido conseguido. A situação poderia inverter-se ao se reposicionar e reestruturar o projecto com vista à criação de conteúdos e formatos relevantes, diferenciados e de baixo custo que possam ser rentabilizados e distribuídos nas mais diversas plataformas.

Possuem alguma motivação política ou de outro género, ou são completamente independentes?
Editorialmente, não existe nem poderia haver nenhuma ligação política, o que acabaria por afectar a credibilidade dos conteúdos informativos. No entanto, ao estar veiculada a uma instituição de ensino superior, e ainda que esse princípio esteja diluído nos objectivos que levaram à criação do canal, a Beira TV acaba por ser, em parte devido à posição dos responsáveis máximos do IPCB, mais um suporte de divulgação do trabalho realizado nas suas escolas e não tanto uma janela sobre a região em que estas estão inseridas. Quanto à total independência do canal, da editorial à financeira, provavelmente tal só seria possível numa estrutura autónoma, de maior dimensão e com gestão repartida por entidades sem qualquer tipo de interesse pessoal no projecto.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

FITAS 2010 em directo na Beira TV

Depois de em 2009 ter sido a televisão oficial da edição comemorativa do décimo aniversário do Festival Internacional de Tunas Académicas de Castelo Branco, este ano a Beira TV volta a transmitir em directo o FITAs, evento organizado pela Castra Leuca - Tuna Académica Masculina do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e que conta com a participação de nove formações.

O festival arranca na sexta-feira, dia 30 de Abril, a partir das 21:30, com a Monumental Serenata na escadaria da Câmara Municipal.  Já no sábado, às 15:30, o passa calles percorre a zona da Devesa, com passagem assegurada junto às 'docas', seguindo-se, a partir das 21:30, o espectáculo no Cine-Teatro Avenida, este com emissão integral na Beira TV.

A competir pelos prémios da noite estarão a Tuna Académica de Medicina da Universidade de Coimbra, a Carpetuna - Real Tuna Académica da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, a Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior (UBI), a Imperial Neptuna Académica - Tuna da Cidade da Figueira da Foz e a Tuna Universitária de Plasencia, em Espanha.

Extra-concurso participam a anfitriã Castra Leuca, a TAFIPCB - Tuna Académica Feminina do IPCB, a Adufotuna - Tuna Feminina da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova e As Moçoilas - Tuna Feminina da Associação Académica da UBI.

Na sua 11ª edição, o FITAs é, de acordo com a organização, um ponto de referência a nível cultural e académico na cidade, sendo também já considerado um dos festivais mais prestigiados a nível nacional.

Jorge Costa


- Vídeo promocional:

terça-feira, 6 de abril de 2010

Economia do Porto vence Olimpo 2010

TFEP e Afrodituna, ambas da invicta, conquistaram a maioria dos prémios do quinto Festival de Tunas Femininas de Castelo Branco, emitido em directo pela Beira TV

Depois da transmissão em Maio de 2009 do décimo FITAS, edição comemorativa do mais conhecido festival de tunas de Castelo Branco, a Beira TV apostou em força no Olimpo 2010 (ver promo e compacto).

Desta feita, tunos e tunossauros cederam o palco do Cine-Teatro Avenida às meninas, moças, aias e senhoras que a 26 de Março animaram cerca de 250 pessoas com as suas vozes, coreografias e instrumentos musicais.

Organizado há três anos pela Tuna Académica Feminina do Instituto Politécnico de Castelo Branco (TAFIPCB), o quinto Festival de Tunas Femininas da cidade contou com quatro formações na disputa dos nove prémios da competição, a que se juntaram, extra-concurso, as duas maiores tunas do politécnico: a TAFIPCB e a Castraleuca.

Durante a tarde, as tunantes reuniram-se no tradicional passa calles (ver vídeo), desfilar de capas e boa disposição que se concentrou nas ‘docas secas’, em plena Devesa. Já no cine-teatro, seguiu-se o ensaio geral (ver vídeo) com o derradeiro afinar de bandolins, cavaquinhos, violas, guitarras, violinos, bombos ou pandeiretas.

À noite, o festival arrancou com os cerca de 25 elementos da tuna anfitriã, formada em 2007, a interpretarem "Criatura da Noite" (ver vídeo), dos Entre Aspas. Feitas as apresentações, a tuna feminina do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) prosseguiu com um medley de três temas de Carlos Paião: “Pó de Arroz”, “Cinderela” e “Playback”.

O palco foi então cedido à primeira formação convidada. Inicialmente constituída por meia dúzia de elementos, em que apenas quatro sabiam tocar instrumentos, a Tuna Feminina do Instituto Politécnico do Cavado e do Ave (TFIPCA) abriu com "Senhora do Almortão", o popular tema raiano, e “As Sete Mulheres do Minho”, de Zeca Afonso. Um medley com sabor a Beira Baixa para conquistar o público albicastrense.

Foi precisamente em Idanha-a-Nova, no terceiro FesTAFIN, que o grupo, criado em 2006, arrecadou o prémio de Tuna Mais Tuna. Feitas as devidas dedicatórias, seguiram-se uma adaptação do “Fado de Estudante”, "Todas as Ruas do Amor", canção que Portugal levou à Eurovisão em 2009, e, depois de um momento de graça da porta-voz da tuna de Barcelos, o seu hino "Terra da Lenda" (ver vídeo) e a “Desfolhada” celebrizada por Simone de Oliveira.

A Tuna Feminina da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão do Instituto Politécnico do Porto foi a segunda a tentar mostrar o que vale aos cinco elementos do júri. Formada por um grupo de raparigas interessadas em darem música à vida académica, a Afrodituna pediu emprestado o nome à deusa grega do Amor e da Beleza. Desde 1996 que as três dezenas de afrodites já percorreram quase todo o país com um repertório constituído sobretudo por composições próprias e temas tradicionais portugueses.

Depois de um instrumental “Ao Ritmo das Ondas” e de desvendada a "Vida de Estudante", o grupo da Póvoa do Varzim apresentou a sua versão do "Barco Negro" de Amália Rodrigues. Com a sala mais composta, a divertida e sorridente tuna fechou a actuação com "Brilho Dental" (ver vídeo), de Rui Veloso, e com o original “Capas Negras”.

“Não estávamos à espera que enchesse tanto porque no ano passado tivemos pouco público”, confessava Ana Alves, presidente da TAFIPCB, em entrevista durante o intervalo (ver vídeo). “Este festival é mais dirigido a pessoas de meia idade. Os estudantes não costumam vir, e como começaram as férias muitos foram para casa”, acrescenta a jovem, lembrando que, para além de dar a conhecer a própria tuna, um dos propósitos do festival é o de “mostrar às pessoas que conseguimos organizar eventos como este”.

Mesmo com o Olimpo ainda a decorrer, era já possível lançar algumas pistas sobre a próxima edição. “É difícil para as tunas virem à sexta-feira, pois muitas trabalham e têm aulas. Para o ano vamos tentar organizar o festival num sábado e, quiçá, chamar tunas do estrangeiro”, avança a tunante, destacando as atribulações e devaneios da vida de estudante que depois são recordados com nostalgia neste e noutros eventos do género onde o espírito académico, feito de um gosto comum pela música e pelo convívio, vêm sempre ao de cima. “Temos pessoas que já acabaram o curso e que estão a trabalhar. Agora vieram ver o nosso festival e querem ir para o palco cantar com a gente”, conta Ana Alves. “Elas têm imensas saudades disto, e o reencontro é sempre bom”.

E foi isso mesmo que aconteceu, com a própria TAFIPCB a inaugurar a segunda parte do Olimpo ao ritmo do "Trocadilho" (ver vídeo), mistura detrava-línguas com a melódica “Canção do Berço” e com a tradicional “Erva Cidreira”.

Logo a seguir vieram "Irás Recordar-me", balada nostálgica sobre a vida académica, "Ò Ferreiro Guarda a Filha", tema transmontano e um dos mais conhecidos da tuna do politécnico de Castelo Branco, bem como nova desfolhada, agora nas vozes desta formação cuja passagem pela Madeira, Porto, Évora, Bragança, Viseu, Idanha-a-Nova ou Algarve lhe rendeu os prémios de Melhor Pandeireta, Melhor Porta-Estandarte, Melhor Solista, Tuna Mais Tuna, Melhor Instrumental e Melhor Tuna da Noite.

Criada em 1992 por um grupo de amigas entusiasmadas com as aulas de canto coral, a Tuna Feminina da Faculdade de Economia do Porto inaugurou a sua performance com um instrumental onde os sons brasileiros se cruzam com o ambiente melancólico de Yann Tiersen. Ao ritmo caliente da rumba, a TFEP rumou depois até à América do Sul, encontrando-se pelo caminho com o “Fuego Lento” de Rossana.

De regresso a Portugal, a tuna responsável pelo festival “Trinados” e que soma actuações em Espanha, França, Suíça, Luxemburgo, Bélgica e Itália, dedicou à cidade anfitriã o seu “Falésia” (ver vídeo). Precisamente um dos temas registados em 1999 no álbum “Tantas Histórias” e, quatro anos depois, no disco “Memorias”. O grupo da invita encerrou a actuação em Castelo Branco com o original “Capas Negras”, bem regado com o "Vinho do Porto" de Carlos Paião.

Na mesma linha, a In'spiritus Tuna arrancou com uma homenagem ao "Senhor Vinho", néctar que não poderia deixar de estar presente num festival académico. Depois de mais um tema introduzido ao ritmo do verso, a Tuna Feminina da Cooperativa Egas Moniz, no Monte de Caparica, prosseguiu com "Os Anos da Faculdade" (ver vídeo) e a versão instrumental da “Queda do Império” de Vitorino.

Depois da estreia em palco da balada “Eu Sei”, a tuna criada em 1995 apresentou à plateia outro original “Capas Negras” e o hino oficial desta formação de duas dezenas de elementos que tem percorrido o país de norte a sul, e há cinco anos responsável pelo festival “Capas Ricas”.

Perto do final, a Castraleuca, constituída em 2007 e único grupo de calças da noite, surgiu acompanhada pela TAFIPCB e pelo seu novo porta-estandarte, o João, que apesar de só ter três anos foi capaz de levar o público ao êxtase. Juntos, os tunantes do politécnico interpretaram o tema “Academia Albicastrense” (ver vídeo).

Já sozinhos em palco e ao ritmo do contrabaixo e de outros instrumentos de percussão, os quarenta ‘castraleucos’ apresentaram o medley albicastrense, composto pela tríade "Senhora do Almortão", "Saudades da Beira" e "Maria Faia".

A tuna organizadora do FITAS, que combina o repertório das antigas formações masculinas do IPCB com novas composições, temas tradicionais ou tangos, encerrou a aparição com o “Hino Castraleuca” (ver vídeo), e o típico grito identificativo. Não sem antes desenrolar mais uma "Rapsódia" e um novo compacto de temas populares (“Eu Vou a Miranda”, “Laurindinha”, “Eu Ouvi o Passarinho”, “Bailinho da Madeira”, Cheira Bem, Cheira a Lisboa”, “Amanhã de Manhã” e “Bamos Lá Cambada”).

A TFEP foi a grande vencedora da noite, arrecadando os prémios de melhor tuna, melhor instrumental e melhor pandeireta. Já as distinções de segunda melhor tuna, tuna mais tuna, melhor porta-estandarte e melhor passa calles foram para a Afrodituna. A TFIPCA destacou-se como melhor solista, enquanto que a In’Spiritus Tuna arrebatou o galardão de melhor original

No seu sexto directo (o primeiro realizou-se em Outubro de 2008), a Beira TV voltou a mobilizar grande parte dos meios audiovisuais da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), contando com o apoio de quatro câmaras (três no auditório e uma nos bastidores) e de uma equipa de sete alunos da própria ESART.

A acompanhar as quatro horas e meia de emissão estiveram quatro dezenas de internautas, três dezenas deles em simultâneo. A maioria fê-lo a partir do Porto, Castelo Branco, Lisboa e Viseu, mas também no Fundão, Aveiro, Vila Real, Ponta Delgada, Alcobaça e Braga. No estrangeiro, estes acederam desde Espanha, França, Itália e Suiça. O número de ligações ao streaming de áudio e vídeo ficou ligeiramente abaixo do registado no FITAS, mas deverá ser maior na edição deste ano, a transmitir a 1 de Maio de novo desde o Avenida.

Para além dos comentários e das intervenções em directo, a emissão do segundo festival de tunas académicas mais conhecido da cidade teve presença diferenciada nas redes sociais, reforçando-se assim a interacção com os espectadores da Beira TV. A cobertura ficou completa com os vídeos dos bastidores disponibilizados no YouTube (os doze acumulavam 2500 visualizações ao final de três dias), o acompanhamento em tempo real noTwitter, e um álbum no Facebook com meia centena de fotos dos momentos altos do evento.

Jorge Costa


Prémios Olimpo 2010:
-TFEP (Melhor Tuna, Melhor Instrumental e Melhor Pandeireta)
-Afrodituna (Segunda Melhor Tuna, Tuna Mais Tuna, Melhor Porta-Estandarte e Melhor Passa Calles)
-TFIPCA (Melhor Solista)
-In'Spiritus Tuna (Melhor Original)

Compacto: Jorge Costa (genérico, grafismo e edição)
Transmissão em directo: Jorge Costa (locução e mistura de áudio); Carlos Nascimento, João Pires e Marco Oliveira (imagem); Vânia Fonseca (mistura de vídeo); Márcio Martins (assistência à realização); Ana Margarida e Vanessa Carvalho (equipa móvel)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Olimpo 2010 em directo na Beira TV

Tal como o FITAS 2009, a quinta edição do Festival de Tunas Femininas de Castelo Branco terá transmissão integral ao vivo desde o Cine-Teatro Avenida, acompanhamento nas redes sociais e interacção permanente com os internautas

Depois da edição comemorativa do décimo aniversário do FITAS, o emblemático festival de tunas masculinas cuja transmissão televisiva, em Maio de 2009, se prolongou por quatro horas e meia (ver promo e compacto), a Beira TV aposta agora em força no Olimpo 2010.

Desta feita, tunos e tunossauros cedem o palco do Cine-Teatro Avenida às meninas, moças, aias e senhoras que na sexta-feira, dia 26 de Março, a partir das 21:30, irão animar o público albicastrense com as suas vozes, bandolins, cavaquinhos, quitarras, violinos, acordeões, bombos ou pandeiretas.

Organizado pela Tuna Académica Feminina do Instituto Politécnico de Castelo Branco (TAFIPCB), o quinto Festival de Tunas Femininas da cidade conta com a participação de seis formações (quatro em competição e duas extra-concurso), que depois do passa-calles irão mostrar o que valem.

A disputarem os prémios de Melhor Tuna, Segunda Melhor Tuna, Tuna mais Tuna, Melhor Solista, Melhor Instrumental, Melhor Pandeireta, Melhor Porta-Estandarte, Melhor Passa Calles e Melhor Original estarão a Afrodituna – Tuna Feminina da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão do Instituto Politécnico do Porto, na Póvoa do Varzim; a In’Spiritus Tuna – Tuna Feminina da Cooperativa Egas Moniz, no Monte da Caparica; a Tuna Feminina da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; e a Tuna Feminina do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, em Barcelos.

Em cena juntam-se as duas maiores tunas do politécnico: a anfitriã TAFIPCB, como habitual nestes encontros; e a Castraleuca, responsável pelo FITAS e homóloga masculina da tuna organizadora do Olimpo.

Naquele que é o sexto directo do canal (o primeiro foi em Belmonte, em Outubro de 2008), a Beira TV volta a mobilizar quase todos os meios técnicos audiovisuais da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), contando com uma equipa formada por uma dezena de alunos daquela instituição e de outras escolas do IPCB. Exemplo disso são as quatro câmaras que irão estar ao serviço do evento (três no auditório e uma nos bastidores) para mostrarem todos os pormenores do segundo festival de tunas académicas mais conhecido da cidade.

Para além dos comentários em directo e das intervenções pontuais com as vedetas da noite, recorde-se que a emissão tem presença diferenciada em cada uma das plataformas da Beira TV e nas redes sociais, reforçando-se assim a interacção com os internautas. A cobertura do Olimpo fica completa com vídeos dos bastidores a disponibilizar no YouTube, o acompanhamento em tempo real no Twitter e a criação de um álbum de fotos no Facebook, a ser preenchido durante o espectáculo.

A transmissão pode ser acompanhada no sítio da Beira TV ou em ecrã completo neste endereço temporário, devendo o utilizador instalar o programa Quick Time Player, o qual pode ser descarregado aqui, ou um reprodutor de vídeo compatível, bastando depois colocar o atalho anterior na opção “Abrir URL...” do menu “Ficheiro”. Já durante a emissão, e caso o streaming tenha sido interrompido, recarregue alguns segundos depois a página principal da Beira TV ou faça de novo play no leitor de vídeo.

- Vídeo promocional:

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Debate juntou candidatos de Castelo Branco

No frente-a-frente, quatro dos cinco candidatos à presidência da autarquia apresentaram ao eleitorado as suas propostas e opiniões

Na semana que antecedeu as eleições autárquicas de 11 de Outubro, a Beira TV e a delegação local da Localvisão TV juntaram frente-a-frente os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Castelo Branco.

Um debate televisivo de 45 minutos – primeiro do género a nível regional e o único realizado no concelho durante este período de escrutínio - onde quatro dos cinco cabeças de lista (pouco antes do arranque, Francisco Costa, da CDU, alegou não poder estar presente) apresentaram e defenderam as suas propostas e respectivos pontos de vista sobre alguns dos assuntos de maior interesse para o eleitorado das 25 freguesias do concelho.

Nos estúdios do Cybercentro de Castelo Branco,
Luís Paixão (CDS-PP), Gonçalo Fabrício (BE), Manuel Eusébio (PSD) e Joaquim Morão (PS) falaram sobre infra-estruturas e desenvolvimento, ambiente e ordenamento do território, economia e emprego e cultura e lazer.

- Autárquicas 2009 - debate Castelo Branco (parte 1 de 5):


- Autárquicas 2009 - debate Castelo Branco (parte 2 de 5):


- Autárquicas 2009 - debate Castelo Branco (parte 3 de 5):


- Autárquicas 2009 - debate Castelo Branco (parte 4 de 5):


- Autárquicas 2009 - debate Castelo Branco (parte 5 de 5):

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Autárquicas 2009 na Beira TV e na Localvisão

Na semana que antecede as eleições autárquicas, um debate de sessenta minutos junta frente a frente os cinco candidatos à presidência da Câmara Municipal de Castelo Branco

Na semana que antecede as eleições autárquicas de 11 de Outubro, as web tv’s Beira TV e Localvisão TV realizam um debate de aproximadamente uma hora com os candidatos à presidência da principal câmara municipal do distrito.

Em cima da mesa, naquele que é o primeiro frente-a-frente televisivo do género a nível regional, estarão quatro grandes temas transversais. Um espaço adicional de discussão onde os cinco proponentes à presidência da autarquia de Castelo Branco poderão apresentar e defender as suas propostas e respectivos pontos de vista sobre alguns dos assuntos de maior interesse para o eleitorado do concelho.

O debate terá lugar a 7 de Outubro, a partir das 21 horas, nos estúdios do Cybercentro de Castelo Branco, onde funciona a delegação da Localvisão, sendo disponibilizadas a partir do dia seguinte a transmissão contínua e on demand, em simultâneo no portal da Beira TV, entidade responsável pela gravação dos encontros, e no canal de Castelo Branco da Localvisão TV.

O frente-a-frente contará com as presenças de Gonçalo Fabrício (BE), Luís Paixão (CDS-PP), Francisco Costa (CDU), Joaquim Morão (PS) e Manuel Eusébio (PSD), numa discussão pública moderada pelos jornalistas Jorge Costa, da Beira TV, e Dina Vaz, da Localvisão.

Ao contrário do que estava previsto, e dada a indisponibilidade de todos os nove convidados em participarem, de fora ficam os debates com os candidatos às autarquias do Fundão e Covilhã.

- Genérico do debate (versão Castelo Branco):


- Genérico do debate (versão Fundão) - CANCELADO:

- Genérico do debate (versão Covilhã) - CANCELADO:


domingo, 20 de setembro de 2009

Directos da Beira TV no arranque do IFIF 2009

Problemas técnicos de última hora impediram-nos de emitir em directo as nove entrevistas que realizámos no Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova) com alguns dos responsáveis e intervenientes na 8ªConferência Europeia de Geoparques, da responsabilidade da Rede Europeia da Geoparques da UNESCO e desta feita organizada pela Naturtejo. Para já, estas podem ser visualizadas no sítio da Beira TV, em versão streaming. Eis a lista:

- Carlos Neto de Carvalho, coordenador científico do geoparque Naturtejo;
- João Carlos Nunes, coordenador científico da candidatura do terceiro geoparque português, vulcanólogo e docente na Universidade dos Açores;
- Artur Abreu Sá, coordenador científico do Geoparque de Arouca, paleontólogo e docente no departamento de geologia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
- Álvaro Rocha, presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova;
- João Gomes Cravinho, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação;
- José Brilha, responsável pelo mestrado em Património Geológico e Geoconservação e docente no Departamento de Ciências da Terra na Universidade do Minho;
- Nickolas Zouros, coordenador da Rede Europeia de Geoparques e director do Museu Natural de História da Floresta Petrificada de Lesvos (Grécia);
- Ross Dowling, da Faculdade de Economia e Direito da Universidade Edith Cowan (Austrália);
- Maria Manuela Catana, responsável pelos programas educativos do geoparque Naturtejo.

Menos problemática, mas não menos complexa em termos de logística nem tão pouco isenta de dificuldades, foi a emissão que fizemos a 14 de Setembro, a partir de Penha Garcia, junto ao Vale do Ponsul, entre as 19 horas e a meia noite, no arranque do 1ºIdanha Film & Internet Festival (IFIF). Aqui ficam os momentos mais importantes das entrevistas:

- Jorge Fialho, director do IFIF (parte 1):


- Jorge Fialho, director do IFIF (parte 2):


- Armindo Jacinto, presidente conselho de administração Naturtejo (parte 1):



- Armindo Jacinto, presidente conselho de administração Naturtejo (parte 2):


- Andreas Schueller, gestor científico Geoparque Vulkaneifel (Alemanha):



- João Oliveira, porta-voz projecto Green Tube:


- Paulino Costa, Grupo Estudo Património Espeleológico Açores:

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Festival de Cinema Documental em directo na Beira TV

Durante três dias, o canal acompanha ao vivo, a partir de Penha Garcia e Idanha-a-Nova, o primeiro festival de documentários dedicados ao ambiente e o oitavo encontro internacional de geoparques, que decorre em simultâneo.


Um ano depois da sua estreia nas emissões em directo, entre 14 e 16 de Setembro a Beira TV ruma até zona da raia onde irá ser a televisão oficial do primeiro Idanha Film & Internet Fest (IFIF), o Festival de Cinema Documental e Internet de Idanha-a-Nova.

O arranque da sexta transmissão ao vivo do canal está previsto para as 18 horas de segunda-feira, dia 14, junto ao Vale do Ponsul, em Penha Garcia, tendo como momento alto o espectáculo luminotécnico “Docs On The Rocks”, projecção ao ar livre numa tela rochosa com 600 milhões de anos do filme “Baraka”, de Ron Fricke, exibido pela primeira vez em Portugal.

No dia seguinte a Beira TV ruma até ao Centro Cultural Raiano (CCR), em Idanha-a-Nova, para acompanhar o encontro de representantes dos geoparques europeus e a exibição de meia centena de filmes sobre estes espaços, o ambiente e a preservação da natureza, a projectar no anfiteatro do CCR, no castelo da vila e na Escola Superior de Gestão. Entre eles está o documentário “Geopark Naturtejo – Um Oásis na Europa”, de Jorge Fialho, uma estreia mundial com transmissão simultânea na Beira TV.

O IFIF, evento organizado pela Associação Histórias do Mundo, pretende apostar em produções que criem uma consciência ambiental e dar a conhecer a região no estrangeiro através do cinema independente. A edição inaugural, concentrada na conservação do património natural, coincide com a oitava conferência dos geoparques europeus, que este ano reflecte sobre os novos desafios do geoturismo.

Recorde-se que a transmissão engloba entrevistas com os principais intervenientes, comentários em português e inglês e reportagens realizadas no local, tendo também acompanhamento em tempo real no Twitter. Tal como em emissões anteriores, mais tarde será disponibilizado um compacto informativo no portal da Beira TV.

- Vídeo promocional (português):


- Promotional video (english):

- Separador de continuidade:


sexta-feira, 20 de março de 2009

Entrevista da Beira TV ao blogue Webtelevisão

Esta foi a entrevista concedida a 11 de Março pela Beira TV ao Nuno Fernandes, responsável pelo blogue Webtelevisão, a propósito de mais uma emissão em directo:

NUNO FERNANDES: No dia 16 de Fevereiro, a Beira TV transmitiu ao longo do dia, em directo, o Fórum ESART. Qual é balanço?BEIRA TV: Foi uma experiência bastante interessante. Nos últimos meses têm sido feitas transmissões em directo noutras web tv’s. Deixou de ser um desafio técnico, mas não é ainda prática comum. Por isso mesmo, qualquer iniciativa que entretanto venha a ser feita merecerá destaque na história da televisão local e regional em Portugal. A emissão em directo das intervenções mais relevantes do Fórum ESART 2009 permitiu testar novas abordagens e perceber em que áreas a Beira TV, mais do que um suporte de divulgação complementar aos restantes media de proximidade, se pode constituir, por exemplo, como uma ferramenta de apoio ao ensino. Esta é uma utopia que a televisão tradicional tem vindo a desfazer, mas ao contrário da sua parente mais velha, de estrutura pesada e condicionada aos formatos já testados, uma pequena webtv tem versatilidade suficiente para testar soluções que lhe permitam produzir conteúdos diversos, utilizando um mínimo de recursos técnicos e humanos. Fazendo uso da apologia anti-crise, é aqui que as dificuldades com que um projecto destes se confronta diariamente se podem transformar em oportunidades. Neste caso concreto, bastam dois técnicos com uma câmara, um computador portátil e um ligação à Internet para combinar intervenções em directo com conteúdos gravados, obtendo-se um produto profissional, ainda que sem qualidade broadcast, mas à altura do que fazem as grandes estações generalistas. Tudo o que se requer é algum planeamento, metodologia e capacidade inventiva, caso contrário o directo não passará de uma intervenção pontual e inócua que rapidamente é esquecida. A fórmula só funciona porque as emissões são editadas e mais tarde é disponibilizado um compacto no portal da Beira TV.

Como surgiu a ideia de transmitir em directo o fórum?
Esta já não foi a estreia da Beira TV nas transmissões em directo. Acontece é que cada nova emissão ao vivo permite aperfeiçoar o que foi feito anteriormente e descobrir formas adicionais de rentabilizar os conteúdos do canal, mais uma vez na Internet. Esta plataforma universal não pára de fornecer novas ferramentas - dos blogues e redes socias às mensagens instantâneas ou agregadores de vídeos – que personalizamos e vamos cruzando conforme as necessidades. Nessa lógica, o streaming de video, com um custo marginal em relação aos gastos operacionais da Beira TV, é uma porta aberta para uma infinidade de utilizações. Feito todo o investimento na estrutura tecnológica do canal, há apenas que salvaguardar o tráfego de dados entre o local e o servidor da Beira TV, o que pode ser feito numa ligação já existente ou através de um acesso de banda larga sem fios. Foi por o Corpo Nacional de Escutas nos ter desafiado a dar esse uso a esta plataforma que em Outubro de 2008 fomos a televisão oficial do jamboree mundial escuta em Portugal, o que nos permitiu realizar uma emissão experimental de três dias a partir do agrupamento de escuteiros em Belmonte, transposta em simultâneo para os portais do CNE e da Beira TV. Foi uma aventura gratificante, ainda que algo atribulada, mas deu a entender que o streaming de vídeo em directo, serviço que vários portais já fornecem gratuitamente aos internautas, era uma área a explorar a curto prazo. A estreia efectiva da Beira TV nas coberturas em tempo real deu-se em Novembro no Museu da Música, em Lisboa, de onde transmitimos um recital do Avondano Ensemble, o que acabou por ter alguma repercussão junto de media nacionais como a RTP, Visão, Jornal de Notícias ou o portal de notícias do Sapo, já que foram utilizados instrumentos do século XVIII. A televisão tradicional continua a ter peso social, ainda que o audiovisual caminhe para a multiplataforma e a hipersegmentação. Tal como aconteceu com web tv’s como a Oeste TV, a TV Fátima ou a TV Tejo, que disponibilizam blocos de conteúdos aos canais promocionais dos operadores de cabo da sua zona, no futuro a Beira TV também poderá vir a fazê-lo de forma a crescer e a consolidar a sua presença na região. Outra alternativa é o estabelecimento de parcerias com os media locais, o que beneficiaria ambas as partes na economia de meios e na diversidade da produção informativa, ou a assinatura de protocolos com operadores de televisão de sinal aberto, tal como a SIC fez há uns anos com a Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Contudo, qualquer decisão nesse sentido dependerá quer do interesse da instituição gestora e do proprietário do canal (Escola Superior de Artes Aplicadas e Instituto Politécnico de Castelo Branco, respectivamente), quer das propostas que venham a ser colocadas sobre a mesa.

Qual o número de ligações ao directo, ao longo do dia?
Dada a sobreposição de tarefas, durante o Fórum ESART não pude acompanhar as estatísticas em tempo real, mas creio que o número de visualizações em simultâneo seguiu a média das experiências anteriores. Em Belmonte, uma medição aleatória no final do segundo dia de trabalho revelou cerca de duas dezenas de ligações em simultâneo. No entanto, numa emissão de várias horas seguidas dificilmente a atenção dos internautas é linear, havendo que contar com possíveis quebras na ligação entre o local e o servidor ou entre este e os utilizadores finais. Também deverão ser tidos em conta condicionantes como os horários da transmissão e a especificidade da temática, o que pode constranger ou reforçar o interesse potencial do público. Quem está fora da região dificilmente terá forma mais completa, instantânea e inovadora de acompanhar o que está a acontecer em determinado sítio, o que implica desde logo a divulgação antecipada do evento nos suportes que temos ao nosso alcance. A acreditar nas estatísticas gerais do sítio da Beira TV, é provável que durante algum tempo a maior fatia de espectadores se continue a concentrar em Lisboa, o que por si só já revela um padrão curioso, mas Castelo Branco e Covilhã ganham terreno à medida que a Internet reforça a presença no interior e o projecto se vai dando a conhecer melhor aos residentes na região.

Quais foram as principais dificuldades do directo?
Como tudo estava controlado, praticamente só foi preciso garantir que não haviam falhas na emissão e, a haverem, que eram rapidamente corrigidas, visto que se utilizou uma ligação sem fios de forma a facilitar a mobilidade do equipamento entre os auditórios, separados por um par de quilómetros. Apesar das limitações em termos de largura de banda, a solução técnica foi suficiente tendo em conta as configurações dos sinais de áudio e video, ajustados para uma qualidade média que à partida não comprometia a transmissão, o número de acessos e a ligação dos internautas ao servidor. Durante a manhã não se registaram problemas de maior. Já à tarde, uma quebra na rede impediu a transmissão total das palestras, que até estavam a ter algum feedback no Twitter. Quanto ao alinhamento, a principal preocupação foi a de preencher momentos mortos como mudanças no painel de conferencistas, intervalos ou interrupções inesperadas com vídeos promocionais, separadores e entrevistas a alguns dos oradores. Inovadoras foram as flash interviews, disponibilizadas horas depois no canal no YouTube na versão streaming, tal como foram emitidas, enquanto que os restantes conteúdos pré-gravados seriam mais tarde colocados no sítio da Beira TV, aqui com menos compressão e maior qualidade de imagem.

Podemos esperar novos directos por parte da Beira TV?
Sim, numa primeira fase a cada dois ou três meses, já que será preciso encontrar um equilíbrio na tipologia de conteúdos. Enquanto se mantiverem a estrutura actual e a limitação de recursos, o que impede que se emita em directo com maior regularidade, a prioridade continuará a ser o video on demand, produzido sempre que possível de forma criativa e complementando a informação com outro género de conteúdos. É esse o ponto forte e diferenciador da Beira TV. Não havendo para já grande vantagem competitiva nas hard-news, resta apostar em produtos mais trabalhados e de maior profundidade. Há que rentabilizar ao máximo os meios disponíveis e manter uma abordagem funcional se não quisermos que o projecto fique pelo caminho. A Beira TV continuará a ser um laboratório televisivo, mas, como media inserido na comunidade, exigem-se-lhe capacidade crítica, frontalidade e abertura perante a evolução da área e do mercado, compromissos de resto assumidos publicamente no lançamento do canal. Quanto aos directos, esta é uma forma diferenciada e mais extensiva de divulgar eventos, prioritariamente de interesse público, como colóquios, conferências, espectáculos ou certames, bem como outros que à partida estejam afastados da agenda política ou tenham pouca cobertura mediática. Quanto às próximas emissões, para já apenas posso adiantar a transmissão do Fitas 2009, a partir do Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, entre 8 e 10 de Maio. É uma forma de associar a Beira TV a uma iniciativa de peso junto da comunidade académica, quem sabe com algumas novidades pelo meio. De resto, ficamos abertos a sugestões, desde que enquadradas no perfil e objectivos do canal.

Uma das novidades que este directo trouxe foi os bastidores de toda a emissão via Twitter, qual foi o acompanhamento?
O acompanhamento em tempo real no Twitter, mais rápido do que aquele que é feito pelas agências de notícias, ajusta-se na perfeição à cobertura de eventos em directo e à estrutura de uma webtv, conferindo-lhe uma imediatez que a televisão tradicional não tem. No caso do Fórum ESART 2009, o Twitter permitiu fornecer no momento informações diversas a quem não pudesse acompanhar a emissão ou sofresse quebras na ligação e mesmo assim quisesse ficar a par do que estava a acontecer em Castelo Branco. São dados que até era possível passar nos oráculos ou na locução em off, o que foi feito ao longo de todo o dia, mas desta forma estes ganharam autonomia em relação à própria transmissão. Esperemos que no próximo evento às dicas dos bastidores e aos avisos sobre a programação a colocar no ar se possam juntar outras informações. Fora disso, e mais do que uma fonte de notícias para a Beira TV, o Twitter é uma ferramenta de divulgação permanente do canal e de alguns dos seus conteúdos, permitindo-lhe chegar a públicos que à partida, dado o desfazamento geográfico ou temático, dificilmente iriam contactar com a estação. Espero que encontremos novas formas de o utilizar, nomeadamente combinando debate em antena com intervenção dos ouvintes via Twitter.

Qual é o balanço até ao momento de todo o projecto da Beira TV? E o futuro, que perspectivas?
Numa área volátil como o multimédia, não é fácil arriscar projecções, mesmo a curto prazo. A Beira TV foi a primeira televisão online de âmbito regional na Beira Interior e um dos primeiros projectos em Portugal a recorrer em exclusivo à Internet como plataforma de emissão. O canal, criado em Janeiro de 2007, sucedeu à ZIP TV, a televisão interna do IPCB. Para já, limita-se aos recursos técnicos e humanos próprios da ESART, mas o seu crescimento e consequente autonomização, ambos desejáveis, dependerão sempre do exterior. De momento, sem a componente publicitária e sem um mercado audiovisual na região, resta o estabelecimento de parcerias com entidades próximas que trabalhem na área do multimédia. O projecto continua também aberto a instituições de ensino, entidades públicas ou empresas dos distritos de Castelo Branco e Guarda que pretendam divulgar conteúdos ou colaborar com o canal, e que de resto foram desafiadas desde o início a colaborarem com a Beira TV. São formas de aumentar a dinâmica e de partilhar os custos de um meio informativo com uma forte vertente educativa e cultural, e a única alternativa que temos enquanto as televisões locais e regionais não surgem, efectivamente, por cá nem chegam, em definitivo, ao hertziano ou ao cabo. Para já, disponibilizamos centena e meia de vídeos com um total de cerca de dezasseis horas, os quais obtêm uma média de duas mil visitas e cinco mil visualizações mensais. Somam-se os números do canal da Beira TV no YouTube, adaptado também à visualização em PDA ou telemóvel. São cifras que continuam a crescer e valores razoáveis se tivermos em conta a centena e meia de webtv’s existentes em Portugal e que a atenção dos espectadores se reparte por cada vez mais fornecedores de conteúdos de vídeo, desde os jornais e rádios às televisões nacionais. Mesmo assim, a Beira TV consegue destacar-se, já que muitos internautas e alguns media acabam por divulgar as nossas peças nos seus blogues ou sítios, como já aconteceu por iniciativa do jornal Expresso. Essa rede invisível de ligações que os utilizadores estabelecem pode ser a justificação para o aumento da visibilidade do canal. Falta agora melhorar e mesmo renovar algumas áreas, da parte gráfica à promocional, o que será feito assim que estejam reunidas as condições necessárias. Como trabalhamos com os recursos de uma escola, é natural que em primeiro lugar estes estejam afectos ao ensino, o que retira alguma agilidade ao projecto. Importante é que, apesar disso e a médio prazo, esta consiga trilhar um caminho próprio, combinando a linguagem da televisão e do multimédia com o carácter multidisciplinar da Internet. Mesmo que a publicidade se imponha mais tarde, há condições para que o canal continue a concentrar-se na produção de conteúdos alternativos aos dos media locais e regionais. Para já, mantém uma expressão discreta junto da opinião pública, mas é na Internet lusófona que se joga o futuro deste e de outras iniciativas similares entretanto criadas – desde os vídeos disponibilizados pelos jornais Diário XXI e Reconquista e pela revista A23 à versão web da Televisão Interna da Universidade da Beira Interior - ou que venham a surgir na zona, até porque nem só dentro de portas, onde o mercado é limitado, se encontra o público-alvo ou que pode vir a interessar à Beira TV.

sábado, 22 de novembro de 2008

Avondano Ensemble em directo na Beira TV

Numa emissão a partir do Museu da Música, o quarteto recupera as únicas obras conhecidas do compositor lisboeta, utilizando um violoncelo e um cravo do século XVIII

Depois de em Outubro ter sido a televisão oficial do jamboree mundial escuta em Portugal, numa emissão experimental ao vivo que se prolongou por três dias, a 27 de Novembro, a partir das 19 horas, a Beira TV ruma até ao Museu da Música, em Lisboa, para transmitir em directo o concerto do Avondano Ensemble.

O museu da estação de metro de Alto dos Moinhos acolhe este quarteto concentrado na figura do compositor do violinista e violoncelista setecentista João Baptista André Avondano, membro da Orquestra da Real Câmara e de uma dinastia de músicos de origem italiana, naquela que foi uma das mais importantes famílias de instrumentistas profissionais em Portugal durante o século XVIII. Uma homenagem ao compositor lisboeta marcada pela intervenção de dois dos instrumentos mais valiosos da colecção do museu: o violoncelo Stradivarius (1725), o único em Portugal do construtor italiano e um dos 25 do seu mais famoso modelo, vendido por um professor do conservatório de Paris ao rei D. José I; e o cravo português de Joaquim José Antunes (1758), restaurado há duas décadas na Alemanha e de novo intervencionado há dois anos no Museu da Música.

Instrumentos históricos que, aliás, foram os protagonistas principais do primeiro CD do Avondano Ensemble, trabalho duplo lançado este ano. O destaque vai agora para a edição critica das partituras das quatro sonatas para violoncelo e baixo contínuo e dos dois duetos para dois violoncelos que Avondano outrora dedicou ao monarca lusitano, e que se encontravam na Biblioteca de Berlim. Publicadas em Paris e Lyon, e sem qualquer registo nas bibliotecas ou arquivos portugueses, estas são as duas únicas obras hoje existentes do autor, de resto ainda pouco conhecido no país.

Constituído pelos violinistas Catherine Strynckx e Miguel Rocha, ambos docentes na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, bem como pelo cravista João Paulo Janeiro e pelo contrabaixista Adriano Aguiar, o Avondano Ensemble procura estudar e divulgar a música instrumental dos pós-barrocos europeus, em particular a cultivada em Portugal entre o final do século XVIII e o início do século XIX, concentrando-se na obra dos compositores da família Avondano.

- Reportagem Avondano Ensemble:



- Reportagem Museu da Música:


- Recital Avonano Ensemble (parte 1 de 3):


- Recital Avonano Ensemble (parte 2 de 3):


- Recital Avonano Ensemble (parte 3 de 3):



- Promo emissão em directo:


- Emissão em directo, versão streaming (parte 1 de 3):


- Emissão em directo, versão streaming (parte 2 de 3):


- Emissão em directo, versão streaming (parte 3 de 3):

domingo, 21 de janeiro de 2007

Entrevista da Beira TV ao Diário Económico

Esta foi a entrevista concedida por e-mail pela Beira TV à jornalista Ana Cunha Almeida, do Diário Económico, a propósito de uma reportagem daquele jornal sobre o fenómeno emergente das web tv's em Portugal, publicada a 19 de Janeiro de 2007:


DiÁRIO ECONÓMICO: Quando nasceu a Beira TV e quem são os seus fundadores?
BEIRA TV: A Beira TV, a primeira televisão regional da Beira Interior, arrancou a 11 de Janeiro de 2007, data da sua apresentação pública. A estação apresenta-se com o slogan "Aqui e Agora". Uma forma de realçar a proximidade e a instantaneidade permitidas pela Internet, plataforma em que o canal será disponibilizado e meio privilegiado de acesso à informação em qualquer lugar e altura. Uma estação cujo público-alvo são não só os residentes na Beira Interior, mas também todos aqueles com ligações afectivas à região ou simplesmente interessados no que aí se passa. Propriedade do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), a Beira TV é gerida pelo Centro de Investigação em Comunicação e Artes Visuais da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), entidade que assume a produção informativa, a concepção da identidade visual e da palete sonora, a criação da plataforma técnica, bem como a administração e manutenção do sistema. Enquanto que a marca gráfica foi criada por dois docentes daquela escola, diversos alunos da instituição tiveram a seu cargo a construção do sítio na Internet, do grafismo, da música original e da cenografia virtual.


Qual a estrutura financeira deste projecto?
Apesar de o projecto funcionar através da gestão partilhada de recursos de uma escola, a publicidade divulgada no portal será, efectivamente, a principal base de sustentação da televisão regional, que irá também produzir documentários e filmes promocionais para empresas e instituições, à semelhança do que já vinha acontecendo até agora com a ESART.


Como surgiu e que parcerias têm?
A ideia de uma televisão de proximidade nasceu em 2003, dado o interesse dos alunos do curso de Artes da Imagem da ESART em verem divulgados os seus trabalhos realizados na disciplina de Produção Televisiva. Depois de realizados alguns testes a nível local, a proposta seria alargada a todas as escolas do IPCB com a criação da ZIP TV - Zona Interactiva Politécnica. A primeira emissão experimental do canal interno de televisão do IPCB foi para o ar a 28 de Outubro de 2004, tendo as emissões regulares arrancado a 18 de Maio de 2005. Percebida a necessidade de alargar o projecto à comunidade e a outras temáticas, enveredou-se então por um novo modelo, desta feita à escala da Beira Interior: a Beira TV. Para já ainda não existem parceiros estratégicos, mas os responsáveis pelo canal contam com o interesse das parcerias que possam vir a ser estabelecidas com entidades como autarquias, empresas municipais e empresários, já que a plataforma irá estar ao serviço da região, pretendendo servir também de ponte de ligação a outros projectos estratégicos ao desenvolvimento sustentado da Beira Interior.


Quantas pessoas trabalham na Beira TV?
Os conteúdos da Beira TV são desenvolvidos por uma equipa de produção que integra um jornalista, um operador de câmara e um editor, os quais contam com o apoio pontual de docentes e funcionários da ESART. Alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos no âmbito de disciplinas do curso de Artes da Imagem - ramo de Design Multimédia e Audiovisual também serão integrados na emissão da Beira TV, que desta forma funcionará como recurso suplementar de aprendizagem.


Qual o investimento envolvido na criação deste projecto?
Dado o projecto surgir integrado numa instituição pública que dispõe de recursos humanos e técnicos, o investimento inicial foi muito reduzido, concentrando-se sobretudo na aquisição do servidor de vídeo.


Onde são as instalações (estúdio de gravação)?
Dado estar sedeada na ESART, a Beira TV socorre-se dos meios técnicos e humanos daquela escola.


As emissões são em directo?
Dadas as características da plataforma técnica, a tradicional grelha de programação é aqui substituída pelo fluxo permanente de conteúdos, disponibilizados ora num alinhamento, que surge na página inicial do sítio da Beira TV, ora individualmente em cada uma das rúbricas temáticas, razão pela qual as emissões serão sempre em diferido. No entanto, no futuro é possível que venha a ser realizada em directo a transmissão em streaming de eventos especiais, como conferências ou espectáculos.


Qual a tecnologia utilizada no desenvolvimento deste projecto?
O sítio, desenvolvido na linguagem de programação php e alojado num servidor Apple, o qual está instalado numa das escola do IPCB, dispõe de um backoffice dinâmico, plataforma em que os conteúdos podem ser actualizados de forma simples e instantânea.


É possível visualizar o vosso canal através de qualquer computador (sistema operativo Windows ou Mac)?
O sítio da Internet da Beira TV é compatível com qualquer sistema operativo, desde que o programa de navegação suporte as funcionalidades disponibilizadas.


É necessário instalar algum programa para visualizar os conteúdos do canal?
Para poder visualizar os vídeos disponibilizados no portal, o utilizador deverá ter instalado no seu computador o programa Quick Time Player. Caso contrário, poderá instalar a aplicação directamente a partir do sítio da Beira TV. Os restantes conteúdos podem ser visualizados em qualquer navegador.


Para aceder em condições óptimas a esta TV é necessário ter banda larga?
O sítio da nova web tv foi optimizado para um acesso através de banda larga, dado que aqui serão disponibilizados conteúdos multimédia relacionados sobretudo com o património edificado, natural e cultural dos distritos de Castelo Branco e Guarda, sem esquecer alguns dos municípios vizinhos pertencentes aos distritos de Portalegre e Coimbra. O objectivo é o de dar a conhecer uma região vasta, com fronteiras para além da raia, através de um novo suporte audiovisual, e o de reforçar a sua identidade recorrendo às novas tecnologias da informação. No entanto, também é possível aceder à plataforma através de um acesso de banda estreita, já que as peças têm de ser descarregadas para o computador, o que neste caso será mais demorado. O único problema que estes utilizadores irão ter será na visualização da playlist de vídeo, a qual funciona em streaming, exigindo por isso mesmo maior largura de banda.


Como funciona, passo a passo, esta nova televisão online?
A fórmula de trabalho não difere muito do que acontecia no canal anterior, se bem que agora todos os conteúdos (vídeos, imagens e textos) sejam disponibilizados assim que estão prontos a emitir, e não num tradicional bloco de programação.


Como descreve a programação deste canal (mais informativa, entretenimento, etc)?
A Beira TV pretende ser o rosto daquilo que se faz na região. A informação, sobretudo de carácter local e regional, está organizada por áreas temáticas como gente (entrevista), economia (incluindo a tecnologia e a ciência), educação (universidade, politécnico e ensino em geral) e lazer (turismo, natureza e desporto). No interior das rúbricas surgem as peças mais recentes, em função da data de inserção, podendo no entanto o utilizador aceder a todo o conteúdo através de pesquisas simples ou avançadas. Mas o entretenimento também não foi esquecido, já que esta é uma plataforma transversal. Para além de um espaço dedicado às produções e produtos audiovisuais levados a cabo pela ESART, foi criada uma rúbrica destinada à apresentação de curtas-metragens de jovens realizadores, que aqui poderão mostrar e alojar gratuitamente os seus trabalhos, e uma outra destinada à apresentação de espectáculos musicais. Para além da emissão (a disponibilizar em sistema de playlist) e das rúbricas de vídeo (actualizadas em permanência e com texto integral das peças), no portal da Beira TV também será disponibilizado um arquivo de vídeo, onde o utilizador poderá encontrar grande parte do material emitido.


Há conteúdos pagos?
Nenhum dos conteúdos disponibilizados pela Beira TV é pago, podendo o utilizador inclusivé guardar no seu computador a maioria dos vídeos. No entanto, este poderá também adquirir alguns produtos multimédia e publicações desenvolvidas pela ESART, existindo para isso um espaço onde estes são apresentados num pequeno vídeo introdutório ou num texto breve.


De que outras funcionalidades (ex.podcast) dispõe a Beira TV?
Entre os serviços a disponibilizar contam-se videocast, RSS, filmes em exibição nas salas de cinema, agenda cultural ou uma lista dos principais destaques nos media locais e regionais. Serão também disponibilizados um fórum, bem como ligações a diversas entidades da região. O acesso a todos estes conteúdos poderá ser feito de forma não-linear e em qualquer parte do mundo sempre que o utilizador o desejar.


Quantos visitantes já tiveram desde que estão online?
Na primeira semana de funcionamento, o portal da Beira TV foi visitado por cerca de cinco mil utilizadores. Por outro lado, em cada uma das peças existe um histórico de visualizações, pelo que essa informação é sempre visível.


Como têm reagido os anunciantes a este suporte?
Dado a estação só estar a funcionar há uma semana, ainda é cedo para se ter uma ideia de qual está a ser a reacção dos anunciantes.


Existem outros pormenores a salientar?
A Beira TV é uma televisão diferente, não só na forma, mas também nos conteúdos. Recorrendo a um formato gráfico jovem e a uma linguagem arejada, pretende-se dar destaque aos valores básicos da identidade da região, tais como a Natureza, as tradições seculares, o entorno rural, as gentes acolhedoras e a modernidade. Objectivo comum tem também a marca gráfica, desenvolvida com objectos que representam a ligação à Beira Interior. Nesta, o logótipo procura relacionar-se com o símbolo de forma diferenciadora, deixando transparecer a ideia de movimento, inovação e irreverência. As cores estão também ligadas à Natureza, associando-se directamente às estações do ano. Um verde claro alude aos tons do Verão, enquanto que outro mais escuro remete para a Primavera e o Outono. Por sua vez, através do branco realça-se uma ideia de clama e pureza. No separador principal de apresentação da estação, o qual tem por base uma animação gráfica tridimensional, uma folha vai caindo por entre os ramos de uma árvore até se imobilizar sobre um ecrã normal de televisão. De súbito, este explode, dando lugar a um monitor onde surge o sítio da Internet da Beira TV. Já os conteúdos do canal são intercalados por vídeos promocionais com várias versões, as quais utilizam segmentos da marca gráfica do canal, numa viagem através de diferentes imagens que pretendem realçar a diversidade e as potencialidades da região. Quanto ao grafismo bidimensional, realça-se também o carácter de inovação. À excepção da publicidade, o símbolo da Beira TV surge em transparência em todos os conteúdos informativos.